Dr. Juan Aquino

A cirurgia da coluna vertebral é um procedimento que pode trazer alívio significativo para pacientes com condições específicas. No entanto, como qualquer intervenção cirúrgica, apresenta riscos e possíveis complicações que devem ser cuidadosamente considerados. Neste artigo, você vai conhecer os principais Riscos e Complicações da Cirurgia da Coluna e como minimizá-los.

Riscos e Complicações da Cirurgia da Coluna

Por Que é Importante Conhecer os Riscos e Complicações da Cirurgia da Coluna?

Antes de optar por uma cirurgia da coluna, é fundamental que o paciente esteja bem informado sobre os possíveis riscos e complicações. Esta compreensão permite:

  • Tomar uma decisão consciente e bem fundamentada
  • Ter expectativas realistas sobre os resultados
  • Reconhecer sinais precoces de complicações
  • Participar ativamente do processo de recuperação

A cirurgia da coluna deve ser considerada após tentativas de tratamentos conservadores e quando os benefícios esperados superam claramente os riscos potenciais.

9 Principais Riscos e Complicações da Cirurgia da Coluna

1. Infecção

A infecção é uma das complicações mais comuns após qualquer procedimento cirúrgico, incluindo cirurgias da coluna.

Fatores de risco:

  • Diabetes
  • Tabagismo
  • Sistema imunológico comprometido
  • Cirurgias prolongadas
  • Obesidade

Sinais de alerta:

  • Febre
  • Vermelhidão, calor e inchaço na área operada
  • Drenagem de secreção pela ferida
  • Aumento da dor
  • Mal-estar geral

A taxa de infecção em cirurgias da coluna varia de 1% a 5%, dependendo do tipo de procedimento e dos fatores de risco do paciente.

2. Lesão Neurológica

A proximidade da medula espinhal e das raízes nervosas torna a cirurgia da coluna particularmente delicada.

Tipos de lesões neurológicas:

  • Lesão da medula espinhal
  • Lesão de raízes nervosas
  • Síndrome da cauda equina

Manifestações:

  • Fraqueza muscular
  • Dormência ou formigamento
  • Alterações na função intestinal ou vesical
  • Dor neuropática
  • Em casos graves, paralisia

O risco de lesão neurológica é muito raro hoje em dia e varia de 0,2% a 3%, dependendo da complexidade do procedimento e da região da coluna operada.

3. Riscos Anestésicos

A cirurgia da coluna exige anestesia geral na maioria dos casos em vez de sedação com anestesia local.

Pacientes com doenças cardíacas, pulmonares ou neurológicas devem passar por uma avaliação pré-anestésica criteriosa para que o risco seja minimizado com planejamento individualizado através de um risco cirúrgico bem realizado. Os riscos mais comuns são:

  • Reações alérgicas
  • Instabilidade cardiovascular
  • Complicações respiratórias
  • Efeitos neurológicos (raros)

4. Lesão Dural e Fístula Liquórica ou Pseudomeningocele

Durante a cirurgia, pode ocorrer lesão da dura-máter, a membrana mais externa que envolve a medula espinhal (uma das meninges).

Essa lesão provoca o vazamento do líquido cefalorraquidiano (líquor), podendo formar o que chamamos de fístula liquórica (extravaza pela pele um líquido transparente) ou Pseudomeningocele (não extravaza pela pele e forma uma “bolsa” ou “cisto”).

Essa lesão pode ocorrer depois da cirurgia também.

Os sintomas incluem:

  • Dor de cabeça intensa ao se levantar (Cefaléia)
  • Náuseas e vômitos
  • Risco aumentado de infecções como a meningite.

  • O tratamento se identificada lesão dural na cirurgia é sutura da dura-máter (durorrafia) e colocação de patch com gordura associado a cola de fibrina além de manter o paciente deitado por 2 a 3 dias o que atrasa a sua alta (decúbito horizontal zero grau podendo elevar pescoço 15 graus para alimentar e beber).

  • O tratamento da fístula liquórica é sempre cirúrgico com nova abordagem, exploração da ferida e correção da lesão.

  • O tratamento da pseudomeningocele pode ser conservador com repouso, hidratação, uso de cintas lombares e drenagem pela pele, mas em casos persistentes, pode ser necessária uma nova intervenção cirúrgica para o fechamento do defeito.

5. Sangramento Excessivo

A coluna vertebral é uma região altamente vascularizada, o que pode levar a sangramento significativo durante ou após a cirurgia.

Fatores de risco:

  • Uso de anticoagulantes
  • Distúrbios de coagulação
  • Cirurgias extensas
  • Tumores vasculares

Consequências:

  • Necessidade de transfusão sanguínea
  • Formação de hematomas
  • Compressão de estruturas nervosas
  • Reoperação para drenagem

6. Trombose Venosa Profunda (TVP) e Embolia Pulmonar (TEP ou EP)

A imobilização prolongada após a cirurgia aumenta o risco de formação de coágulos sanguíneos.

Fatores de risco:

  • Idade avançada
  • Obesidade
  • Histórico prévio de TVP
  • Tabagismo
  • Uso de contraceptivos hormonais

Sinais de alerta para TVP:

  • Inchaço, dor e vermelhidão na perna
  • Sensação de calor na área afetada

Sinais de alerta para embolia pulmonar:

  • Falta de ar súbita
  • Dor torácica
  • Tosse com sangue
  • Taquicardia
  • Ansiedade

7. Síndrome da Cirurgia Lombar Fracassada

A síndrome da cirurgia lombar fracassada (SCLF) refere-se à persistência ou recorrência da dor após uma cirurgia da coluna.

Causas comuns:

  • Descompressão inadequada
  • Recorrência de hérnia de disco
  • Instabilidade pós-operatória
  • Fibrose epidural (cicatrização excessiva)
  • Pseudoartrose (falha na fusão óssea)

Estima-se que entre 10% e 40% dos pacientes submetidos à cirurgia lombar possam desenvolver SCLF, dependendo do tipo de procedimento e da condição pré-operatória.

8. Instabilidade da Coluna

Alguns procedimentos, especialmente aqueles que envolvem remoção significativa de estruturas ósseas ou ligamentares, podem levar à instabilidade da coluna.

Manifestações:

  • Dor ao movimento
  • Sensação de instabilidade
  • Deformidade progressiva
  • Dificuldade para manter a postura

Em casos de instabilidade significativa, pode ser necessária uma cirurgia adicional para fusão vertebral (artrodese).

9. Complicações Relacionadas a Implantes

Muitas cirurgias da coluna envolvem a colocação de implantes, como parafusos, hastes, placas ou dispositivos intervertebrais.

Possíveis complicações:

  • Mau posicionamento dos implantes
  • Afrouxamento ou quebra do material
  • Reação alérgica ao material
  • Migração do implante
  • Infecção associada ao implante

Fatores que Aumentam o Risco de Complicações

Diversos fatores podem aumentar o risco de complicações em cirurgias da coluna:

  • Idade avançada – Pacientes idosos geralmente têm maior risco de complicações
  • Comorbidades – Diabetes, hipertensão, doenças cardíacas, obesidade
  • Tabagismo – Afeta negativamente a cicatrização e aumenta o risco de infecção
  • Estado nutricional – Desnutrição ou obesidade
  • Cirurgias prévias na coluna – Aumentam a complexidade do procedimento
  • Extensão da cirurgia – Procedimentos mais extensos têm maior risco
  • Experiência do cirurgião – A expertise do profissional influencia diretamente nos resultados

Como Minimizar os Riscos e Complicações da Cirurgia da Coluna

Existem diversas estratégias para reduzir o risco de complicações em cirurgias da coluna:

Antes da Cirurgia

  • Otimização clínica – Controle adequado de condições como diabetes e hipertensão
  • Cessação do tabagismo – Idealmente, pelo menos 4-6 semanas antes da cirurgia
  • Avaliação pré-operatória completa – Identificação e manejo de fatores de risco
  • Segunda opinião médica – Especialmente em casos complexos
  • Escolha do cirurgião – Optar por profissionais experientes e especializados

Durante a Cirurgia

  • Técnicas minimamente invasivas – Quando apropriadas, podem reduzir complicações
  • Monitorização neurofisiológica – Para detectar precocemente alterações neurológicas
  • Antibioticoprofilaxia adequada – Para reduzir o risco de infecção
  • Hemostasia cuidadosa – Para minimizar sangramento

Após a Cirurgia

  • Mobilização precoce – Reduz o risco de TVP e outras complicações da imobilização
  • Fisioterapia adequada – Fundamental para a recuperação funcional
  • Acompanhamento regular – Para detectar e tratar precocemente possíveis complicações
  • Adesão às restrições pós-operatórias – Seguir rigorosamente as orientações médicas
  • Cuidado correto com ferida operatória – Para evitar infecção e nao atrasar cicatrização.

Quando os Benefícios Superam os Riscos?

A decisão de realizar uma cirurgia da coluna deve ser individualizada e baseada em uma análise cuidadosa da relação risco-benefício. Em geral, a cirurgia é considerada quando:

  • Há déficit neurológico progressivo
  • A dor é intratável e incapacitante
  • Tratamentos conservadores foram adequadamente tentados sem sucesso
  • Há instabilidade vertebral significativa
  • Existe deformidade progressiva que compromete a função

Consentimento Informado: A Importância da Comunicação

O consentimento informado é um processo fundamental antes de qualquer cirurgia da coluna. Ele envolve:

  • Discussão detalhada dos riscos e benefícios
  • Explicação das alternativas de tratamento
  • Esclarecimento de dúvidas, preocupações e expectativas de melhoras
  • Documentação formal do consentimento

Uma comunicação clara e transparente entre médico e paciente é essencial para estabelecer expectativas realistas e promover a confiança mútua. Ele deve saber quais são os principais Riscos e Complicações da Cirurgia da Coluna.

FAQ sobre Riscos e Complicações da Cirurgia da Coluna

1. Qual é o tempo médio de recuperação após uma cirurgia da coluna?

O tempo de recuperação varia significativamente dependendo do tipo de procedimento, da condição do paciente e da presença de complicações. Em geral, a recuperação básica leva de 4 a 6 semanas, mas a recuperação completa pode levar de 3 a 12 meses.

2. Quais são os sinais de alerta que indicam complicações após a cirurgia?

Sinais que merecem atenção imediata incluem: febre persistente, drenagem pela ferida, aumento da dor, fraqueza nova ou piora, dormência ou formigamento, dificuldade para urinar ou evacuar, e falta de ar súbita.

3. O tabagismo realmente afeta os resultados da cirurgia da coluna?

Sim, o tabagismo tem impacto significativo nos resultados. Fumantes têm maior risco de infecção, pior cicatrização, maior taxa de pseudoartrose (falha na fusão óssea) e resultados clínicos inferiores em comparação com não-fumantes.

4. É possível precisar de uma segunda cirurgia após o procedimento inicial?

Sim, em alguns casos pode ser necessária uma cirurgia adicional. As razões incluem: recorrência da condição original, desenvolvimento de instabilidade, falha de implantes, infecção ou síndrome da cirurgia lombar fracassada.

5. Como escolher o cirurgião certo para minimizar os riscos?

Ao escolher um cirurgião, considere: formação e especialização, experiência com o procedimento específico, volume de cirurgias realizadas, taxas de complicações, afiliação a instituições respeitadas e recomendações de outros profissionais de saúde.



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Dr. Juan Aquino é Cirurgião de Coluna OrtopedistaMédico da Dor no Rio de Janeiro. Tem mais de 10 anos de experiência no tratamento de Dor na Coluna realizando consultas presenciais, por Telemedicina, Ondas de Choque mecânico (TOC), Infiltrações em consultório médico, Rizotomia da Coluna e Cirurgias da Coluna Minimamente Invasivas em Hospitais de Referência no Rio.

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Dr Juan Aquino num Curso Internacional em Miami – Estados Unidos. Curso Fresh-Cadaver no MARC (Miami Anatomical Research Center). Curso de Técnicas Avançadas de Artrodeses e Endoscopia da Coluna Vertebral.

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Especialista em Coluna, Ortopedista de Coluna, Médico de Coluna – Qual dos 3 trata Hérnia de Disco, Escoliose e Artrose na Coluna?

Referências:

Livros:

  1. Benzel’s Spine Surgery. 4th Edition – Michel Steinmetz, Edward Benzel. Elservier, 2017 
  2. O Exame Físico em Ortopedia. Barros Filho TEP – São Paulo: Sarvier
  3. Neuroanatomia Funcional –  Machado, A. Livraria Atheneu, 2000. 3a Edição

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