O que você vai encontrar neste artigo?
- O Que é Cirurgia de Artrodese Lombar?
- Anatomia da Coluna Lombar
- Indicações da Artrodese Lombar
- Contra-Indicação da Artrodese Lombar
- Importância da Segunda e Terceira Opinião Médica
- Quando Buscar a 2a ou 3a Opinião?
- Como Buscar uma Segunda ou Terceira Opinião?
- Técnicas de Artrodese da Coluna Lombar
- Complicações da Artrodese Lombar
- Recuperação e Prognóstico da Artrodese Lombar
- Conclusão
O Que é Cirurgia de Artrodese Lombar?
A Artrodese Lombar é um Procedimento Cirúrgico que visa a Fusão de Duas ou mais Vértebras da Coluna Lombar para tratar condições que causam Dor na Coluna como Hérnia de Disco, Instabilidades como Espondilolistese ou Deformidades como Escoliose. Descubra aqui quando é indicada e quando é contra-indicada, dúvida comum que faz o paciente buscar uma 2ª e 3ª Opinião Médica ao receber uma indicação de Cirurgia de Coluna Lombar de Artrodese.
A avaliação por um Médico de Coluna é fundamental para a melhor definição do tratamento correto da Dor na Coluna ou em outros membros.
O Dr. Juan Aquino é Especialista em Artrodese da Coluna Lombar. Ortopedista Especialista em Coluna e Médico da Dor no Rio de Janeiro, tem mais de 10 anos de experiência no tratamento de Dor na Coluna realizando consultas presenciais, por Telemedicina, Ondas de Choque mecânico (TOC), Infiltrações em consultório médico, Rizotomia da coluna e cirurgias da coluna em hospitais de referência no Rio.
O Dr Juan Aquino tem um programa específico e personalizado para tratamento de Dor nas Costas com Artrodese Lombar com um cuidado completo do paciente (Full Care).
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Anatomia da Coluna Lombar
A Coluna Lombar é composta por cinco vértebras numeradas de L1 a L5. Entre cada vértebra, existem discos intervertebrais que atuam como amortecedores, permitindo movimento e flexibilidade. O complexo sistema de músculos, ligamentos e articulações facetárias garante a estabilidade e o suporte dessa região, formando o Tripé Articular de cada Nível Vertebral ou Segmento (1 Disco Intervertebral na frente e 2 articulações interapofisárias atrás). No entanto, com o envelhecimento ou devido a traumas, as estruturas da coluna lombar podem se degenerar, causando dor na coluna, rigidez e compressão dos nervos (dor radicular).
Indicações da Artrodese Lombar
A Artrodese Lombar é indicada principalmente quando Tratamentos Conservadores, como Remédios para Coluna, Fisioterapia, Injeções, Infiltrações ou Rizotomias, não conseguem controlar os sintomas após 3 meses ou se estiver presente lesão neurológica motora importante ou Fratura da Coluna. As principais condições que levam à necessidade de Artrodese da Coluna Lombar incluem:
- Doença Degenerativa do Disco e Faceta Interapofisária: Desgaste dos discos intervertebrais, levando a dor lombar crônica, limitação funcional ou Déficit Neurológico Motor importante.
- Espondilolistese: Deslocamento de uma vértebra em relação à outra, causando instabilidade e compressão de raízes nervosas.
- Escoliose: Curvatura anormal acima de 10 graus da coluna em adultos, adolescentes e crianças.
- Hérnia de Disco: Quando ocorre Hérnia de Disco repetida na mesma região, especialmente após Cirurgias Anteriores, e existe instabilidade entre as vértebras.
- Estenose Espinhal: Estreitamento do Canal Vertebral, comprimindo a Medula Espinhal ou as Raízes Nervosas, causando dor irradiada, fraqueza nas pernas e Claudicação Neurogênica.
- Fratura da Coluna: Quando ocorre uma Fratura da Coluna Lombar, normalmente o tratamento é feito com Vertebroplastia, porém às vezes, é necessária uma Artrodese Lombar para melhor fixação inclusive com Cimento Ósseo Via Parafusos Canulados no caso de Osteoporose associada.
Contra-Indicação da Artrodese Lombar
As Contraindicações da Artrodese Lombar referem-se às condições ou fatores que podem aumentar o risco de complicações ou limitar os benefícios da cirurgia. Embora a artrodese lombar seja amplamente utilizada para tratar várias condições da coluna vertebral, existem situações em que a cirurgia pode não ser indicada. As contraindicações podem ser divididas em relativas (quando a cirurgia pode ser considerada com cautela) e absolutas (quando a cirurgia é totalmente desaconselhada). A seguir estão algumas das principais contraindicações de Cirurgia da Coluna:
Contraindicações Absolutas da Artrodese Lombar
- Infecção Ativa:
- A presença de uma infecção ativa no local da cirurgia ou em qualquer outra parte do corpo é uma contraindicação absoluta. O risco de infecção pós-operatória em pacientes com infecção ativa é alto e pode resultar em complicações graves, como osteomielite, abscessos e sepse.
- Doença Sistêmica Grave Não Controlada:
- Condições médicas graves e não controladas, como insuficiência cardíaca, insuficiência renal ou problemas respiratórios graves, podem aumentar significativamente os riscos cirúrgicos. Esses pacientes podem não ser capazes de tolerar a cirurgia e a anestesia geral.
- Osteoporose Severa:
- Pacientes com osteoporose severa têm ossos muito frágeis, o que pode comprometer a fixação dos parafusos e outros dispositivos utilizados para estabilizar as vértebras. A baixa densidade óssea aumenta o risco de falha na fusão (pseudoartrose) e fraturas vertebrais após a cirurgia.
- Problemas de Coagulação Sanguínea Não Controlados:
- Distúrbios hemorrágicos graves, como hemofilia ou o uso de anticoagulantes que não podem ser suspensos, aumentam o risco de sangramento intraoperatório e pós-operatório. Esses pacientes apresentam um risco maior de complicações relacionadas ao sangramento.
Contraindicações Relativas da Artrodese Lombar
- Tabagismo:
- Fumantes têm um risco significativamente maior de falha na artrodese lombar, conhecida como Pseudoartrose da Coluna Vertebral, devido aos efeitos negativos da nicotina na formação óssea e na vascularização. Embora o tabagismo não seja uma contraindicação absoluta, é fortemente recomendado que os pacientes parem de fumar antes da cirurgia para melhorar as chances de sucesso.
- Obesidade Mórbida:
- Pacientes obesos têm um risco aumentado de complicações cirúrgicas, como infecção, falha na cicatrização da ferida e dificuldades com a fixação dos implantes. Além disso, a obesidade pode sobrecarregar a coluna após a fusão, comprometendo o resultado da cirurgia de artrodese lombar. A artrodese pode ser considerada em pacientes obesos, mas com cautela.
- Idade Avançada:
- A idade por si só não é uma contraindicação absoluta, mas pacientes idosos apresentam maior risco de complicações cirúrgicas, incluindo problemas cardíacos, pulmonares e falha de fusão. No entanto, em casos selecionados e com um planejamento adequado, pacientes mais velhos podem se beneficiar da cirurgia, sobretudo as minimamente invasivas.
- Doenças Autoimunes ou Tratamento Imunossupressor:
- Pacientes com doenças autoimunes, como Lúpus ou que estejam em tratamento com medicamentos imunossupressores têm maior risco de infecções e falha na cicatrização. A cirurgia pode ser realizada, mas deve-se tomar precauções adicionais.
- Doença Psiquiátrica Não Controlada:
- Pacientes com transtornos psiquiátricos graves como Depressão Severa ou Esquizofrenia podem ter dificuldades em seguir o pós-operatório ou em compreender as limitações da cirurgia. Nesses casos é importante garantir o controle adequado da condição psiquiátrica antes de considerar a artrodese.
- Diabetes Mellitus Descontrolado:
- Pacientes com diabetes descontrolado têm maior risco de infecção pós-operatória e de problemas de cicatrização. O controle glicêmico rigoroso é necessário antes e após a cirurgia para minimizar esses riscos.
Outras Considerações de Indicação na Artrodese Lombar
- Expectativas Irrealistas, Inatingíveis ou Inalcançável:
- Pacientes que esperam que a cirurgia de artrodese lombar elimine completamente a dor ou que tenham expectativas irrealistas sobre os resultados podem não ser bons candidatos. É essencial que os pacientes tenham uma compreensão clara das limitações da artrodese e dos possíveis resultados.
- Dor Predominantemente Psicogênica:
- Se a dor do paciente tiver uma origem principalmente psicogênica ou emocional, a artrodese lombar provavelmente não resultará em alívio significativo. A identificação de fatores psicológicos na dor é crucial para evitar cirurgias desnecessárias.
- Má Condição Física Geral:
- Pacientes em má condição física, que não seriam capazes de tolerar uma cirurgia de grande porte e um período de recuperação prolongado, devem ser avaliados com muito cuidado. A cirurgia pode não ser recomendada em pacientes com baixa capacidade de recuperação ou baixa capacidade pulmonar ou cardíaac.
Importância da Segunda e Terceira Opinião Médica
Buscar uma Segunda ou Terceira Opinião Médica antes de uma cirurgia de Artrodese Lombar ou qualquer Cirurgia da Coluna é uma prática cada vez mais comum e recomendada. A Artrodese Lombar, sendo uma intervenção invasiva com implicações sérias para a mobilidade e qualidade de vida do paciente, envolve uma série de riscos e uma longa recuperação. Por isso, é fundamental que o paciente tenha plena confiança no diagnóstico, no médico especialista em coluna e na recomendação cirúrgica e pós cirurgia pesando os “prós e contras” antes de seguir adiante.
1. Confirmação do Diagnóstico
A coluna lombar é uma área complexa do corpo e as causas de dor ou instabilidade podem variar significativamente entre os pacientes. O diagnóstico inicial pode se basear em exames de imagem como ressonância magnética e tomografia computadorizada, além da história clínica do paciente. No entanto, diferentes médicos podem interpretar esses exames de maneira distinta. Ao buscar uma segunda ou terceira opinião, o paciente pode verificar se há consenso sobre a causa do problema, como Doenças Degenerativas, Espondilolistese, ou Hérnias de Disco.
Exemplos de Situações Onde a Opinião Diverge
- Doença Degenerativa do Disco: Um médico pode recomendar uma artrodese, enquanto outro pode sugerir tratamentos conservadores, como fisioterapia, medicamentos, Bloqueios Nervosos ou Rizotomias antes.
- Hérnia de Disco: Em alguns casos, uma hérnia pode ser tratada com Cirurgia Minimamente Invasiva de Microdiscectomia Via Aberta Tradicional ou por Videoendoscopia (Cirurgia por Video), enquanto outro profissional pode sugerir a fusão das vértebras como melhor alternativa, porém mais invasiva.
2. Avaliação de Alternativas Menos Invasivas
Nem sempre a artrodese lombar é a única solução para dores crônicas ou instabilidade da coluna. Alguns médicos podem recomendar opções menos invasivas, como:
- Tratamento conservador prolongado: Incluindo fisioterapia, pilates, RPG, hidroterapia, acupuntura osteopatia, quiropraxia, controle da dor com medicamentos e técnicas de reabilitação.
- Injeções de corticóides e Rizotomias: Bloqueios que aliviam a inflamação e dor em áreas afetadas e procedimentos que “queimam” os nervos sensitivos da dor, respectivamente.
- Descompressão Minimamente Invasiva: Para tratar condições como a estenose espinhal, sem necessidade de fusão das vértebras, através de Cirurgia por Videoendoscopia.
Uma 2a ou 3a opinião pode apresentar essas alternativas, dando ao paciente mais clareza sobre os prós e contras de cada abordagem antes de uma decisão definitiva quanto a artrodese lombar.
3. Avaliação de Diferentes Técnicas Cirúrgicas
Se a Artrodese Lombar for realmente necessária, é importante entender que existem diversas técnicas para realizar o procedimento. Diferentes cirurgiões podem ter preferência por abordagens distintas, como a fusão anterior (ALIF), a fusão posterior (PLIF ou TLIF) ou a fusão lateral (LLIF). Cada técnica tem suas vantagens, desvantagens e implicações em termos de recuperação e risco de complicações.
Ao buscar outras opiniões, o paciente pode:
- Avaliar qual técnica cirúrgica é mais apropriada para o seu caso específico.
- Comparar o nível de experiência e resultados de cada cirurgião em relação à técnica sugerida.
4. Redução da Ansiedade e Tomada de Decisão Informada
A decisão de realizar uma artrodese lombar pode ser emocionalmente desafiadora, dada a natureza invasiva da cirurgia e o impacto potencial na qualidade de vida. Ao consultar mais de um especialista, o paciente pode se sentir mais seguro e confiante em sua decisão. Essa segurança emocional pode ter um impacto positivo tanto no pré-operatório quanto no processo de recuperação.
5. Prevenção de Procedimentos Desnecessários
Embora a Artrodese Lombar seja uma solução eficaz para muitas condições, há casos em que ela pode ser recomendada prematuramente ou de maneira desnecessária. Estudos sugerem que alguns pacientes submetidos à artrodese poderiam ter alcançado alívio adequado com intervenções menos invasivas. Uma segunda ou terceira opinião pode revelar que a cirurgia pode ser adiada ou substituída por outros tratamentos.
Quando Buscar a 2a ou 3a Opinião?
Algumas situações em que é altamente recomendado buscar uma 2a ou 3a opinião incluem:
- Dúvidas sobre o Diagnóstico: Se o diagnóstico parecer vago ou se o paciente não entender claramente a causa da sua dor.
- Cirurgia Recomendada como Primeira Opção: Quando a cirurgia é sugerida imediatamente, sem a tentativa prévia de tratamentos conservadores.
- Múltiplas opções de tratamento: Se diferentes abordagens cirúrgicas forem possíveis e o paciente não tiver certeza de qual seria a melhor, ou seja, qual técnica de artrodese lombar.
- Histórico de Falhas em Cirurgias Anteriores: Pacientes que já passaram por cirurgias de coluna e continuam a apresentar sintomas podem ter dúvidas sobre a necessidade de uma nova fusão.
- Sintomas Atípicos: Se os sintomas do paciente não corresponderem claramente a um diagnóstico específico, uma segunda ou terceira opinião pode ajudar a evitar tratamentos desnecessários ou inadequados.
Como Buscar uma Segunda ou Terceira Opinião?
Como buscar especialistas em coluna para saber quando fazer e quando não fazer uma Artrodese Lombar:
1. Escolha de Especialistas Qualificados
É importante que a segunda ou terceira opinião venha de um cirurgião especializado em coluna, com experiência comprovada no tratamento de doenças lombares.
- Verifique a formação completa do médico e dê preferência por médicos de instituições sérias e reconhecidas da sua região.
- O médico especialista em coluna deve ser titulado pela SOCIEDADE BRASILEIRA DE COLUNA (SBC), aprovado por prova escrita e oral que ocorre anualmente. Confira aqui:
- Leia as avaliações feitas pelos pacientes na Internet, normalmente no Site Profissional, Google ou Doctoralia. Estão disponíveis na Internet facilmente. Procure sobre Artrodeses Lombares.
- Esclareça todas as suas dúvidas e informações sobre Artrodese Lombar na consulta e descubra em quais hospitais o médico para coluna realiza cirurgias.
2. Leve Toda a Documentação Médica
Ao consultar outro Especialista em Artrodese Lombar, o paciente deve levar todos os exames anteriores, relatórios médicos e anotações de consultas. Isso permite que o médico faça uma avaliação completa e comparativa sem a necessidade de repetir exames.
3. Faça Perguntas Claras
Perguntas que podem ajudar o paciente a tomar uma decisão mais informada incluem:
- Qual é a sua opinião sobre o diagnóstico?
- Existem outras opções de tratamento além da artrodese lombar?
- Quais são os riscos e benefícios de adiar a cirurgia? E de não adiar a cirurgia de artrodese lombar?
- Qual técnica cirúrgica de artrodese lombar você recomendaria no meu caso e por quê?
4. Consideração do Custo e Tempo
Embora uma segunda ou terceira opinião possa atrasar o processo de tomada de decisão, isso pode evitar cirurgias desnecessárias e complicações futuras, o que, a longo prazo, pode economizar tempo e dinheiro. Alguns planos de saúde incentivam ou cobrem essas consultas, dada sua importância para a segurança do paciente.
A decisão de realizar uma Artrodese Lombar é significativa e envolve riscos. Buscar uma segunda ou até mesmo uma terceira opinião médica não só garante que o diagnóstico inicial esteja correto, como também pode abrir a porta para tratamentos alternativos ou abordagens cirúrgicas diferentes. Isso proporciona ao paciente maior confiança na decisão e aumenta as chances de um resultado bem-sucedido. É fundamental que o paciente esteja plenamente informado e se sinta seguro com o curso de tratamento escolhido e a consulta com mais de um especialista de coluna é uma etapa importante nesse processo.
Técnicas de Artrodese da Coluna Lombar
A Artrodese Lombar pode ser realizada através de diferentes abordagens cirúrgicas. Cada técnica é selecionada com base na condição específica do paciente, nas características anatômicas, na experiência do cirurgião e disponibilidade de materiais especiais. As principais abordagens incluem:
1. Fusão Lombar Posterolateral (Posteriolateral Interbody Fusion – PLF)
Nesta técnica de Artrodese Lombar, o cirurgião acessa a coluna pela parte posterior (costas) e coloca enxertos ósseos nas laterais das vértebras para promover a fusão. Parafusos pediculares e hastes são frequentemente usados para estabilizar a coluna enquanto a fusão óssea ocorre. A PLF é indicada para uma variedade de condições, como Hérnia de Disco, Espondilolistese, Fraturas da Coluna e Escoliose.
2. Fusão Intercorporal Lombar Posterior (Posterior Lumbar Interbody Fusion – PLIF)
Na PLIF, o disco intervertebral é removido e substituído por um espaçador ou enxerto ósseo entre as vértebras. Esse procedimento é realizado pela parte posterior da coluna, e o espaço resultante promove a fusão óssea entre os corpos vertebrais. A PLIF é utilizada para restaurar a altura do disco e melhorar a curvatura natural da coluna, ou seja, quando existe a Discopatia Degenerativa Lombar, Espondilolistese e Hérnia de Disco.
3. Fusão Intercorporal Lombar Transforaminal (Transforaminal Lumbar Interbody Fusion – TLIF)
Semelhante à PLIF, a TLIF envolve a fusão entre os corpos vertebrais, mas é realizada por meio de uma abordagem um pouco menos invasiva, acessando a coluna pela parte posterior com pouca remoção óssea da Lâmina Vertebral e através do Forame Vertebral. Essa técnica de Artrodese Lombar minimiza o risco de lesões nos nervos espinhais, da medula e facilita o acesso ao espaço intervertebral. A TLIF é uma abordagem comum para Discopatia Degenerativa Lombar, Espondilolistese e Hérnia de Disco.
4. Fusão Intercorporal Lombar Anterior (Anterior Lumbar Interbody Fusion – ALIF)
Nesta técnica de Artrodese Lombar, o cirurgião acessa a coluna pela parte anterior (abdominal). O disco intervertebral é removido e um espaçador é inserido no espaço discal. O ALIF permite a fusão entre os corpos vertebrais sem a necessidade de manipular diretamente os nervos espinhais, sendo ideal nas Cirurgias de Revisão. A ALIF é indicada em casos de Degeneração Discal e Espondilolistese que afetam a lordose (curvatura natural e fisiológica da coluna lombar).
5. Fusão Intercorporal Lateral (Lateral Lumbar Interbody Fusion – LLIF / Extreme Lateral Interbody Fusion – XLIF)
O LLIF ou XLIF é uma técnica minimamente invasiva em que o cirurgião acessa a coluna pela lateral do corpo, através do Músculo Psoas pelo lado esquerdo. A vantagem dessa abordagem é a preservação dos músculos das costas e a redução do tempo de recuperação. A LLIF é usada no tratamento de escoliose degenerativa e estenose espinhal. O paciente pode sair com desconforto no membro inferior esquerdo e fraqueza na flexão do quadril devido manipulação do Músculo Psoas.
6. Fusão Intercorporal Oblíqua (Oblique Lumbar Interbody Fusion – LLIF / Extreme Lateral Interbody Fusion – XLIF)
A Técnica OLIF é uma cirurgia minimamente invasiva em que o cirurgião acessa a coluna pela lateral do corpo, fugindo do Músculo Psoas pelo lado esquerdo. A vantagem dessa abordagem é a preservação dos músculos das costas e do Psoas e a redução do tempo de recuperação. A OLIF é usada no tratamento de Escoliose Degenerativa e Estenose Espinhal como no XLIF / LLIF.
Enxertos e Implantes Utilizados
Na artrodese lombar, a fusão entre as vértebras é promovida por meio de enxertos ósseos. Existem três tipos principais de enxertos:
- Enxerto Autólogo: Obtido do próprio paciente, geralmente da Bacia na Crista Ilíaca ou dos prórios ossos vertebrais removidos e considerado o mais eficaz para promover a fusão devido à suas 3 capacidades
- Osteogênica: Formação de osso propriamente dito, ou seja, presença de osteoblastos viáveis em um enxerto, que são capazes de produzir matriz óssea.
- Osteoindutora: processo de formação de novo osso a partir de células osteoprogenitoras, que se diferenciam sob a influência de proteínas ósseas morfogenéticas (BMPs)
- Osteocondutiva: capacidade de um material de servir de arcabouço para a infiltração de células e para o desenvolvimento de novo tecido ósseo.
- Enxerto Alógeno: Obtido de doadores, este tipo de enxerto é utilizado quando não se deseja remover osso do paciente, mas tem menor potencial de fusão. É quase inexistente o seu uso no Brasil.
- Enxerto Sintético: Feito de materiais artificiais, como hidroxiapatita ou cerâmicas, que estimulam a formação óssea e são usados em conjunto com fatores de crescimento, como a proteína morfogenética óssea (BMP).
Além dos enxertos, implantes como parafusos pediculares, hastes e espaçadores intersomáticos de ligas metálicas de titânio ou cromo-cobalto são usados para estabilizar as vértebras e facilitar a fusão. A escolha do material e do tipo de implante depende da condição tratada e da técnica utilizada.
Complicações da Artrodese Lombar
Embora a artrodese lombar seja eficaz no tratamento de diversas condições da coluna, como qualquer cirurgia, está associada a riscos e complicações. As principais complicações incluem:
1. Pseudoartrose (Falha de Fusão)
A pseudoartrose ocorre raramente, em menos de 5% dos casos, quando as vértebras não se fundem adequadamente, resultando em dor persistente e instabilidade. Isso pode exigir uma nova cirurgia para corrigir o problema.
2. Infecção (Osteomielite ou Discite Infecciosa)
Infecções no local cirúrgico são raras e variam de 1 a 10% a depender do perfil clínico do paciente tendo mais chances de surgirem no diabético, obeso e tabagista.
As infeccões são tratadas com antibióticos venosos potentes por 42 dias em regime hospitalar. Em casos graves, pode ser necessária uma nova cirurgia para limpar a área infectada (curativo cirúrgico). Após 14 dias com controle da infecção pode ser avaliada alta hospitalar com complementação com antibióticos orais ou por regime de Home-Care se as bactérias forem sensíveis apenas a remédios venosos.
3. Lesões Nervosas
Durante a artrodese, os nervos espinhais podem ser danificados, resultando em dor, dormência ou fraqueza nas extremidades. Embora raras, essas lesões podem acontecer e costumam ser temporárias durando 1 a 6 meses e chamadas de neuropraxia.
4. Dor Persistente
Alguns pacientes continuam a sentir dor após a cirurgia, especialmente se a causa subjacente da dor não for completamente eliminada ou se a fusão não for bem-sucedida. Existem Tratamentos para essa Condição do controle da dor através de Implante de Neuroestimulador Medular ou Modulação do Gânglio da Raiz Dorsal (DRG).
5. Trombose Venosa Profunda (TVP)
Como em qualquer cirurgia de grande porte, existe o risco de formação de coágulos sanguíneos nas veias das pernas. A mobilização precoce e o uso de anticoagulantes podem ajudar a prevenir essa complicação.
Recuperação e Prognóstico da Artrodese Lombar
A Recuperação após a Artrodese Lombar varia de paciente para paciente, dependendo da extensão da cirurgia, da abordagem utilizada e das condições individuais. O processo de recuperação total pode levar de 3 meses a um ano.
Nos primeiros dias após a cirurgia, é comum que o paciente sinta dor no local da incisão e ao redor da área operada, logo é medicado com remédios para dor na coluna. A fisioterapia é fundamental para ajudar a restaurar a mobilidade, fortalecer os músculos ao redor da coluna e melhorar a função. A adesão a um programa de reabilitação é essencial para o sucesso a longo prazo.
O paciente dorme 1 dia no CTI tendo Alta para o Quarto e fica mais 1 ou 3 dias no Hospital.
Um dreno hemovac é colocado nas técnicas posteriores para evitar formação de hematoma e retirado no 1o ou 2o dia pós operatório quando seu débito é menor que 50ml nas últimas 24 horas.
O paciente fica de pé e é incentivado a andar logo no 1o dia pós operatório no CTI mesmo.
O uso de coletes lombares é raro, mas pode ser indicado em alguns casos para fornecer suporte adicional enquanto a fusão óssea ocorre. A maioria dos pacientes consegue retornar às suas atividades diárias normais dentro de seis semanas a 6 meses, embora a realização de atividades físicas extenuantes deva ser evitada até que a fusão esteja completamente consolidada em média em 3 meses.
Em termos de Prognóstico, a Artrodese Lombar tem uma taxa de sucesso relativamente alta, com estudos mostrando uma melhora significativa na dor e na função em mais de 70% dos casos. Existem duas Escalas Funcionais mais usados para quantificar e padronizar a Dor e Limitação no Pré e Pós Operatório de Artrodese da Coluna Lombar:
- Oswestry
- Short-Form 36 (SF-36)
O sucesso da cirurgia depende de vários fatores, como a seleção adequada dos pacientes, o uso de materiais e enxertos de qualidade e a realização de técnicas cirúrgicas modernas avançadas.
Conclusão
A Artrodese Lombar é uma opção cirúrgica eficaz para tratar uma variedade de condições da coluna lombar, proporcionando alívio da dor e melhoria na qualidade de vida. Embora existam riscos associados, a seleção adequada dos pacientes, o uso de técnicas avançadas e a adesão ao processo de recuperação podem maximizar os benefícios dessa intervenção. Como em qualquer cirurgia, uma consulta detalhada com o médico especialista em coluna e o planejamento pré-operatório são fundamentais para garantir o melhor resultado possível.
Em alguns casos, as contraindicações da Artrodese Lombar podem ser temporárias e podem ser mitigadas com intervenções pré-operatórias, como controle de infecções, cessação do tabagismo, perda de peso ou controle glicêmico. A avaliação criteriosa de cada paciente é fundamental para garantir a segurança e o sucesso do procedimento.
Resumo das Técnicas:
- Artrodese Lombar (Fusão da Articulação com Parafusos, Próteses e Hastes de Titânio).
- TLIF (Transforaminal Via Posterior)
- PLIF (Posterior)
- 360 graus (Via Anterior e Posterior = Via Combinada)
- Minimamente Invasivas (Cortes Mínimos e Alta Hospitalar Precoce)
- ALIF (Via Anterior)
- LLIF ou XLIF (Via Lateral ou Extremo-Lateral)
- OLIF (Via Oblíqua)
- Via Endoscópica (Videocirurgia ou Videoendoscopia da Coluna Uniportal)
- UBE (Videocirurgia ou Videoendoscopia da Coluna Biportal)
A avaliação por um Médico de Coluna é fundamental para a melhor definição do tratamento correto da Dor na Coluna ou em outros membros.
O Dr. Juan Aquino é Especialista em Artrodese da Coluna Lombar. Ortopedista Especialista em Coluna e Médico da Dor no Rio de Janeiro, tem mais de 10 anos de experiência no tratamento de Dor na Coluna realizando consultas presenciais, por Telemedicina, Ondas de Choque mecânico (TOC), Infiltrações em consultório médico, Rizotomia da coluna e cirurgias da coluna em hospitais de referência no Rio.
O Dr Juan Aquino tem um programa específico e personalizado para tratamento de Dor nas Costas com Artrodese Lombar com um cuidado completo do paciente (Full Care).
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Dr Juan Aquino num Curso Internacional em Miami – Estados Unidos. Curso Fresh-Cadaver no MARC (Miami Anatomical Research Center). Curso de Técnicas Avançadas de Artrodeses e Endoscopia da Coluna Vertebral.
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Referências:
- Sociedade Brasileira de Coluna (SBC) – https://www.coluna.com.br
- Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO) – https://www.into.saude.gov.br
- Sociedade de Coluna da Europa (EUROSPINE) – https://www.eurospine.org
- Sociedade de Coluna Norte Americana (NASS) – https://www.spine.org
- Sociedade de Coluna International (AO Spine) – https://www.aofoundation.org/spine
Livros:
- Benzel’s Spine Surgery. 4th Edition – Michel Steinmetz, Edward Benzel. Elservier, 2017
- O Exame Físico em Ortopedia. Barros Filho TEP – São Paulo: Sarvier
- Neuroanatomia Funcional – Machado, A. Livraria Atheneu, 2000. 3a Edição
Artigos:
- Indications, Techniques, and Complications of Lumbar Interbody Fusion. Tay BB, Berven S. Seminars in Neurology. 2002;22(2):221-30. doi:10.1055/s-2002-36545.
- Pain and Quality of Life in Patients Undergoing Lumbar Arthrodesis for Degenerative Spondylolisthesis: A Systematic Review. Santagostino AM, Cannizzaro D, Soekeland F, Mancin S, Mazzoleni B. World Neurosurgery. 2023;:S1878-8750(23)00816-1. doi:10.1016/j.wneu.2023.06.047.
- Interbody Cages Versus Structural Bone Grafts in Lumbar Arthrodesis: A Systematic Review and Meta-Analysis. Johnson SE, Michalopoulos GD, Flanigan PM, et al. Journal of Neurosurgery. Spine. 2024;41(2):188-198. doi:10.3171/2024.2.SPINE23940.
- Long-Term Outcomes After Non-Instrumented Lumbar Arthrodesis. Santiago-Dieppa D, Bydon M, Xu R, et al. Journal of Clinical Neuroscience : Official Journal of the Neurosurgical Society of Australasia. 2014;21(8):1393-7. doi:10.1016/j.jocn.2014.02.010.
- Effects of Lumbar Arthrodesis on Adjacent Segments: Differences Between Surgical Techniques. Kim TY, Kang KT, Yoon DH, et al. Spine. 2012;37(17):1456-62. doi:10.1097/BRS.0b013e31824da81d.
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